Esporte: Raquel Dodge defende avanço de investigações contra Arnaldo Cezar Coelho

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que informações recebidas de autoridades da Suíça, obtidas por meio de cooperação internacional, justificam o avanço de investigações contra o comentarista de TV Arnaldo Cezar Coelho, seu irmão, o empresário e ex-deputado federal Ronaldo Cezar Coelho (PSD-RJ), e pelo menos mais duas pessoas. A apuração envolve o senador José Serra (PSDB-SP). A informação é do site Jota.

Conforme a publicação, não há detalhes sobre quais dados atingem os irmãos Cezar Coelho. O material da Suíça chegou ao Brasil no dia 31 de julho e os investigadores ainda não conseguiram fazer o cruzamento e análise dos elementos. De acordo com a PGR, há informações financeiras, que necessitam ter o fluxo mais detalhado, até do ano de 2014”. O MPF quer analisar movimentações financeiras de quatro empresas “possivelmente utilizadas para a movimentação de valores ilícitos”, com dados até 2013/2014.

O caso está inserido em inquérito aberto no Supremo a partir de delação premiada da Odebrecht, que apura o possível recebimento de vantagens indevidas referentes à construção do Rodoanel Sul, em São Paulo.

No acordo de delação premiada, o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal, conhecido como Cap, disse ter pago ilegalmente R$ 23 milhões para a campanha de Serra em 2010. Ronaldo Cezar Coelho teria sido responsável pelo acerto de parte desse valor.

Em depoimento à Polícia Federal em fevereiro, Ronaldo Cezar Coelho afirmou que recebeu do PSDB R$6,5 milhões de euros em uma conta na Suíça em 2009 e 2010. Segundo o ex-deputado, o dinheiro era pagamento do partido pelo uso de um avião do empresário em atividades ligadas à campanha presidencial do PSDB em 2010, que tinha Serra como candidato.

Coelho disse ainda que não sabe o motivo pelo qual o pagamento teria que ser feito em outro país, mas aceitou a proposta e indicou uma conta que tinha na Suíça desde 1984. Ele afirmou ainda que, em 2016, aproveitando o programa do governo de repatriação de recursos, trouxe R$ 23,8 milhões que mantinha no exterior para o Brasil.

O STF discute o arquivamento do inquérito. Dodge tem afirmado ao Supremo que a investigação sobre Serra deve seguir para a Justiça Federal de São Paulo diante da nova regra do foro privilegiado, sendo que os fatos investigados referem-se ao período em que José Serra era governador de São Paulo e os possíveis repasses não ocorreram no exercício do mandato parlamentar, portanto, o STF não tem competência para julgar o caso.

Procurado, o advogado Antônio Cláudio Mariz, responsável pela defesa de Ronaldo Cezar Coelho disse que não teve acesso ao parecer da PGR e que não iria comentar o caso. A reportagem do Jota não conseguiu contato com Arnaldo Cezar Coelho. A defesa de Serra tem reafirmado que o congressista não cometeu nenhuma irregularidade e que todas as campanhas dele foram conduzidas pelo PSDB na forma da lei.

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