Empresas da Lava Jato descobrem que executivos desviavam propina

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Empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato não figuram apenas como agentes de desvio de recursos públicos, também viraram alvo de desvios dentro do desvio. Grandes empreiteiras, entre elas a Odebrecht, começaram a identificar casos em que funcionários responsáveis por operar o pagamento de propina acabavam embolsando parte do dinheiro, desviado para contas no exterior ou benefícios pessoais.

A situação veio à tona em investigações internas e nas dezenas de processos de delação premiada fechadas com executivos. Um dos executivos suspeitos teve dinheiro encontrado em uma conta em Genebra, na Suíça. A informação da conta só veio à público com o vazamento conhecido como SwissLeaks, feito por um ex-técnico do HSBC.

Outra suspeita recai sobre um dos mais altos executivos de uma grande construtora que fechou acordo de delação premiada com o Ministério Público. No caso da Odebrecht, nem mesmo a “estrutura profissional” de pagamento sistematizado de propina, nas palavras do Ministério Público, conseguiu evitar a proliferação de deslizes contra a empresa pelos seus executivos. Enquanto algumas delações já vieram à tona, os dados sobre as infrações cometidas dentro de casa são mantidos cuidadosamente sob sigilo.

As evidências de desvio da propina para vantagem pessoal de executivos vêm gerando discussões entre advogados. Alguns defendem que as empresas poderiam entrar na Justiça com ação de ressarcimento para cobrar a quantia extraviada pelos funcionários. O argumento é que se trataria de uma “apropriação indébita” da propina dirigida a agentes públicos. Outros advogados apontam, porém, que a ideia de tentar recuperar judicialmente o desvio do desvio soa no mínimo extravagante. As informações são do Valor Econômico.

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