Condeúba: Terno de Reis canta em aniversário de Manoel de Lucas

Por Oclides da Silveira

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Manoel de Lucas ao lado da esposa Zilda Rosa Pereira

Ontem dia 14 de outubro de 2017, o Sr. Manoel José Pereira popular “Manoel de Lucas” completou 88 anos de uma  vida feliz, “mas feliz agora disse Sr. Manoel, que a gente tem de tudo aqui na roça e ainda tem alguns que reclamam, tendo em vista o sofrimento que passamos no começo, eu nasci aqui e nunca mudei, trabalhei a minha vida inteira nas lavouras, já se completou 70 anos de casado com a Sra. Zilda Rosa Pereira, cujo matrimônio nasceram 15 filhos no momento não nos lembramos quantos netos e bisnetos temos, só me lembro que temos 5 tataranetos”, afirmou Sr. Manoel de Lucas.

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Os Ternos de Reis do Sr. Juvenal e Antônio Pereira se uniram e cantaram juntos

Para celebrar o seu aniversário de 88 anos de vida, o Sr. Manoel de Lucas em grande estilo convidou duas Frotas de Reis para cantar na sua residência, uma do Sr. Juvenal Pardinho e a outra de Antonio José Pereira, ambas originárias da Comunidade do Olho D’água. Os Reis que é de muito apreço popular, trouxe ao aniversário do Sr. Manoel de Lucas uma grande quantidade de pessoas, além dos seus amigos que compareceram normalmente.

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Manoel de Lucas na horas do canto dos parabéns se emocionou

Continuou o Sr. Manoel falando de suas dificuldades para sobreviver no passado, “Na década de 60 eu fui à Vitória da Conquista no Banco do Brasil, cidade mais próxima que tinha agencia bancária e lá solicitei um empréstimo para tocar lavoura de milho, feijão, mandioca e cana, tudo que plantasse aqui saia muito bem, pois chovia uma barbaridade. Então o Banco dias depois mandou um fiscal para conferir se realmente eu tinha terras prontas para o plantio.

Ocorre que o Agente Fiscal do Banco do Brasil veio de automóvel, aí ele ficou enroscado nos Morrinhos dos Farias distante de minha propriedade cerca de 5 quilômentros, motivo  anotado no relatório, nego o empréstimo solicitado por falta de estrada até o destino. Então o Banco do Brasil cancelou a solicitação do empréstimo, para mim foi um ano de muita dificuldade, assim que estiou  resolvi fazer a estrada por minha conta, contratei alguns homens juntamente com meus filhos e começamos a trabalhar no braço para abrir a estrada até minha propriedade, o que não foi nada fácil.

Naquele período o Prefeito do município era o Sr. Dário Lima, a quem recorri e pedi ajuda para continuar com o trabalho que estava ficando muito caro pra eu tocar com meus recursos, porém, recebi do Prefeito a notícia que a Prefeitura não tinha condições no momento, pois estava sem dinheiro até para pagar a folha de pagamento daquele mês. Por sorte, em seguida entrou uma frente de trabalho no município vindo do Governo Federal através da SUDENE, foi aí que terminamos de fazer a estrada que passou pela minha casa.

Depois deste trabalho realizado fui ao Banco novamente solicitei outro empréstimo e disse a eles que já tinha estrada para fiscalizar minhas terras, assim sendo, o fiscal esteve em casa e autorizou o referido empréstimo. Vejam vocês como foi difícil naquela época para o homem do campo sobreviver, nem o essencial para a vida tínhamos do Poder Público que era as estradas. Bem diferente de hoje que  temos estradas de primeira, energia elétrica, água encanada em nossas casas, telefones e internet, mas ainda tem aqueles que reclamam”, concluiu sabiamente o mestre Manoel de Lucas.

Fotos: JFC

 

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