Condeúba e a Coluna Prestes

Há exatamente 90 anos, nos dias 15, 16 e 17 de abril de 1926, estiveram em Condeúba membros da Coluna Prestes. Que queriam essas pessoas? Por que são chamadas de revoltosos? Por que a movimentação em torno do acontecimento durou cerca de um mês?

Para falar sobre isso, a Associação de Desenvolvimento Comunitário de Condeúba promoveu no dia 29 de abril, no salão paroquial, um momento chamado pelo padre Osvaldino de Círculo de Cultura. Um público formado por alunos do Ensino Médio, professores e pessoas da comunidade interessadas em história acompanharam a exposição feita pela professora Joandina Maria de Carvalho, condeubense e estudiosa do tema. Em seguida, esse público teve oportunidade de perguntar e conversar com a professora. Foi um momento rico e com muitas reflexões

Para falar sobre a Coluna Prestes faz-se necessário estudar em linhas gerais a situação do Brasil à época dos acontecimentos, ou seja, as primeiras décadas da República no Brasil. Houve um pacto que deu origem ao que se convencionou chamar de política do “café com leite”, afirmação questionada pela professora Cláudia Viscardi,[1] para quem havia outros quatros estados com acentuada importância no cenário político: Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. Esses, juntamente com São Paulo e Minas Gerais conseguiram garantir sua hegemonia possuindo uma economia forte e uma elite política compacta e bem representada no parlamento.

Durante dois anos os integrantes da Coluna Prestes marcharam por 25.000 km, em 13 estados do Brasil, passando também pela Bahia, com duas visitas ao município de Condeúba. Tal fato se deu em primeira instância no dia 15 de abril de 1926 e posteriormente no dia 30 de abril do mesmo ano. A movimentação no município durou cerca de um mês. Os seus membros tinham esperança de conseguir adesão popular no sertão baiano, o que não aconteceu.

Em Condeúba não foi diferente, pois quando os membros do movimento chegaram encontraram a cidade vazia já que quase toda a população havia fugido com medo de que o grupo representasse algum perigo. Corria o boato de que os rebeldes cometiam todo tipo de maldades por onde passavam e por isso as pessoas se abrigavam no mato e só retornavam às suas casas quando ficavam sabendo que os revoltosos e / ou os revolucionários haviam ido embora.

O encontro tratou também da necessidade de se cuidar do patrimônio histórico cultural de Condeúba, cidade considerada por membros da Coluna Prestes como a melhor cidade visitada por eles no sertão baiano. “ É rica e grande, tendo várias ruas calçadas e uma boa edificação particular. Possui um belo prédio destinado à Intendência Municipal”.[2] Os organizadores do evento esperam que outros momentos como esse aconteçam.

Fotos do evento:

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