Uso saudável do cartão de crédito

Reprodução do site da CDL

Ele pode ser um grande aliado, mas é também o grande vilão dos endividados. Como usar o cartão de crédito com responsabilidade?

Imagem divulgação

O cartão de crédito é uma modalidade de pagamento muito querida pelos brasileiros. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 67% dos consumidores brasileiros utilizaram o cartão de crédito alguma vez no último ano. O grande problema constatado pelo levantamento é que o número de pessoas que não sabem como usar o cartão de crédito de maneira responsável é também bastante alto.

Três em cada dez consumidores que utilizam o cartão não fazem um controle dos gastos mensais, enquanto 33% acreditam que a forma de pagamento oferece o risco de perder o controle das compras e acabar se endividando. O mais alarmante é que três em cada dez não analisaram as tarifas e juros cobrados antes de adquirir o cartão de crédito.

“O cartão de crédito traz conveniência e segurança porque viabiliza uma compra, mesmo que o consumidor não disponha de dinheiro no momento do uso. Mas para usufruir das vantagens, é preciso controle para que a pessoa não gaste mais do que efetivamente possa pagar”, explica José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.

Exercer esse controle é um grande desafio para os usuários de cartão. Por isso, preparamos algumas dicas práticas e simples para você saber como usar o cartão de crédito da melhor maneira possível.

1. Cheque sua fatura frequentemente
Sem verificar a fatura com frequência, você pode ter a falsa sensação de que ainda pode gastar mais do que realmente pode. Deve-se ter um controle muito próximo do limite para as compras à vista e a prazo, a fim de que cada compra com cartão seja realizada com consciência.

“Meu conselho é que a pessoa olhe a fatura todos os dias, mesmo que não saia para comprar. Isso porque ela pode ter cobranças pré-aprovadas no cartão que caem automaticamente. Se ela não verifica a fatura com frequência, pode esquecer desses valores”, diz Marcela.

A maioria dos cartões de crédito possui aplicativos que possibilitam a consulta frequente. Se o seu cartão não tem esse recurso, pode ser hora de trocar de cartão!

2. Cuidado com a anuidade
A anuidade é a taxa paga às operadoras pelo uso dos cartões. Os valores variam muito e o usuário deve ficar atento às taxas para ter certeza de que vale a pena manter o cartão. Um cartão internacional, por exemplo, geralmente cobra uma anuidade mais cara, mas se você não faz compras no exterior, não há razões para manter essa despesa.

“As taxas variam de uma administradora para outra. Ou seja, se estiver insatisfeito com a sua, procure negociar o valor ou mesmo a isenção. Pesquisando, é possível possuir até mesmo um cartão sem cobrança de anuidade”, aconselha Vignoli.

3. Nunca faça parcelamentos e pagamentos mínimos
Quando a fatura extrapola o valor que você de fato pode pagar, o banco oferece a possibilidade de parcelar o valor total ou uma parte dele. O problema é que, nesses casos, as taxas de juros são bastante elevadas. O que parece ser uma forma de dar mais flexibilidade aos pagamentos pode ser tornar uma grande armadilha, causando um efeito “bola de neve” nas finanças.

4.Defina o limite do seu cartão
O limite para compras é estabelecido pelas operadoras de acordo com a renda declarada pelo usuário. Você precisa ter em mente, entretanto, que, mesmo que você esteja dentro do limite do cartão, pode não estar dentro do limite do seu planejamento financeiro. Em alguns casos, vale a pena solicitar um limite menor para não se complicar no futuro.

“O ideal é que a pessoa deixe o valor máximo que pode gastar no cartão como o limite do cartão de crédito dela”, diz Marcela, alertando ainda para outro perigo: “O consumidor deve tomar cuidado com uma modalidade chamada ‘limite emergencial de crédito’, em que o banco aumenta o limite do cartão automaticamente, quando a pessoa atinge o limite máximo”.

5.Cuidado com as compras parceladas
Quem procura saber como usar o cartão de crédito da melhor maneira possível descobre rapidamente que as compras parceladas não são tão “facilitadoras” quanto parecem. Ainda que o valor das parcelas de cada compra seja baixo, o acúmulo pode gerar surpresas desagradáveis com a chegada da fatura.

“O parcelamento, mesmo na opção ‘sem juros’, dá a sensação que o gasto foi menor, deixando margem para realização de novas compras, seja na mesma loja ou em outras. As pessoas precisam ter em mente que o cartão não é dinheiro a mais para você gastar e sim uma quantia emprestada (do banco) que terá que pagar na data combinada”, alerta Vignoli.

Fonte: Meu Bolso Feliz

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