Dia: 14 de outubro de 2018

A patrulha

Por Ruy Medeiros

Chega-me aos olhos a troca de mensagem em que duas adultas tecem considerações sobre a atitude de um comerciante que, em seu automóvel, afixou propaganda eleitoral. Trata-se de comerciante filho de comerciante, com grau de parentesco com elas, que trabalha desde criança, é querido na cidade, e ele e irmãos sempre cultivaram o bom trato com as pessoas. De seu estabelecimento muitas famílias tiram a sobrevivência. >>>>>

As duas adultas referidas, identificam-se como eleitoras de um capitão candidato a Presidente e chegam à conclusão de que deveriam boicotar e incentivar o boicote ao estabelecimento da pessoa que colocou propaganda de outro candidato em seu carro.

É a patrulha que chega e, algumas vezes, patrulha para transformar-se em SA é “daqui pra ali”. Assim é que funciona. Não importa a vítima. Na Alemanha Nazista foram os judeus, os comunistas, os sociais democratas, depois os homossexuais, a seguir os ciganos e depois todos aqueles que não enjaularam declaradamente sua inteligência dentro dos objetivos do Führer. É necessário que a intolerância se expresse. É necessário um bode expiatório, uma transferência (no sentido freudiano mesmo), uma vazão da desrazão pela falta de meditação maior sobre o que significa o discurso oportunista do Capitão.

Já se indagaram sobre a falta de programa do Candidato? Já questionaram sobre a conveniência da liberação de armas, ou do uso da violência pelo Estado? Já se perguntaram se é justo discriminar pessoas por suas orientações sexuais ou pela sua situação e engajamento na sociedade? Qual é mesmo o programa do Capitão? Ele apenas indica o bode expiatório do momento e em outro momento poderá ser qualquer bode expiatório e, então, já não haverá o milagre de salvar os Isaacs. É a solução ali perto da esquina, fácil, ao alcance de todos: escolham um salvador para destruir o bode expiatório do momento, ou para deixá-lo visível a fim de ser derrotado.

Além de embarcar na onda da maré (que parece maré montante), sem espírito crítico, resolvem os partidários do capitão sugerir a patrulha.

Aqui, em Vitória da Conquista na década de 1940,após o Brasil declarar guerra à Alemanha, uma “patrulha” dirigiu-se à casa de dois alemães que aqui residiam, aqui mantinham respectivas esposas, aqui trabalhavam, conhecidos de todos, com amigos, e depredou as casas dos dois boches, que nenhum vínculo tinham mais com a Alemanha e seu führer. Depois, os patrulheiros não conseguiram mais olhar dentro dos olhos daqueles germânicos que, aqui continuaram, e onde um deles deixou filhos. Olhar nos olhos, ter a coragem de fazê-lo passado o vendaval, é prova da correção dos nossos atos.

É claro que as duas amigas adultas têm toda a liberdade de votar em quem desejar votar e engajar em campanha do seu candidato. Têm mesmo a liberdade de deixar de analisar friamente a situação para optar em quem votar. Mas será ética a intolerância em relação ao comerciante que têm a mesma liberdade?

Em 1964, o querido Professor Everardo Públio de Castro, do elenco dos bodes expiatórios de então, foi delatado por defender as chamadas Reformas de Base. Seu delator depois foi invadido por profunda crise moral. Seguindo a onda irracional de combate aos adversários da ditadura, delatou exatamente pessoa de quem antes era considerado amigo. A onda cegara-o.

Política contém paixão, mas não é apenas isso. E, mesmo assim, que tipo de paixão?

Lúcio descarta abandonar política após não conseguir reeleição para deputado

Votação do deputado federal caiu de 222.164, em 2014, para 55.743 em 2018
Matheus Morais

Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba – Deputado Lucio Vieira Lima, porém não se reelegeu

Depois de não conseguir se reeleger, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (MDB) descartou, em conversa com o bahia.ba, a possibilidade de deixar a política. Segundo o emedebista, o momento é de refletir e continuar trabalhando, mesmo sem mandato.

“Estou bem, não penso em deixar a política, mesmo porque eu sempre fiz política sem mandato, então vou continuar fazendo. Política não se faz só com mandato. Vou descansar e cuidar de minha fazenda, conversando com as pessoas, tocar minha vida”, ressaltou.

A votação de Lúcio Vieira Lima, que foi o deputado federal mais votado da Bahia em 2014, caiu de 222.164 para 55.743, o que não foi suficiente para garantir uma vaga na Câmara.

 

Transformação digital: 75% das MPE baianas utilizam a internet para potencializar os negócios

Reprodução do site da CDL/Conquista

Pesquisa do Sebrae foi realizada em todos os estados e no Distrito Federal

Um levantamento realizado pelo Sebrae apontou que a internet é o principal meio de potencializar os negócios para 75% dos micro e pequenos empresários baianos. O número é da Pesquisa sobre Transformação Digital, realizada pelo Sebrae Nacional, que celebra o Dia da Micro e Pequena Empresa nesta sexta-feira (5), em comemoração à aprovação do Estatuto da MPE, por meio da Lei 9.841, de 1999.

Outro dado importante diagnosticado pelo Sebrae foi a relevância da internet na busca por soluções. Pelo menos 41% dos micro e pequenos empresários na Bahia procuraram informações na rede mundial de computadores para resolver problemas do negócio (o Google é principal fonte de ajuda) e 16% contrataram ou tentaram contratar um serviço financeiro, como empréstimos e financiamentos, pela internet.

A pesquisa realizada pelo Sebrae apontou também que grande parte (89%) das micro e pequenas empresas baianas se comunicam com clientes e fornecedores através da web. O estudo indica que 17% dos micro e pequenos negócios possuem página na internet e 31% utilizam Facebook, sendo o WhatsApp (68%) o principal meio de comunicação.

A transformação digital das micro e pequenas empresas baianas também se mostrou na busca pela diversificação de canais para ampliação das vendas. A pesquisa apontou que 24% dos empresários entrevistados tentou vender seus produtos ou serviços pela internet.

Mesmo com grande número de micro e pequenos empresários conectados no estado, pouco mais da metade (53%) faz a gestão financeira do negócio em um caderno ou papel e apenas 21% utilizam uma planilha eletrônica. Dos empreendedores entrevistados, 26% utilizam softwares para gerir suas empresas.

A Pesquisa sobre Transformação Digital entrevistou 229 empresários baianos, cujos negócios estão enquadrados como empresa de pequeno porte (EPP), microempresa (ME) e microempreendedor individual (MEI). De abrangência nacional, o levantamento ouviu 6.022 empresários.

Agência Sebrae de Notícias Bahia